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Vida Abundante

A busca obsessiva por um tipo específico de sucesso tem nos tornado injustos e desumanos em nossas relações. Excluímos do convívio público os doentes, deficientes e malsucedidos, pagando caro com saúde e tempo pelo trabalho que leva a esse sucesso. Esse estilo de vida cria um “apartheid” entre bem-sucedidos e fracassados, resultando em uma sociedade fechada e preconceituosa. Em vez de uma sociedade aberta, temos uma marcada pela apatia, onde a única paixão é o próprio sucesso. Se antes se lamentava a perda do amor, hoje parece que ele já desapareceu.

Jesus se declara o cumprimento de diversas realidades apresentadas no Antigo Testamento. O autor de Hebreus também argumenta que Jesus é o cumprimento pleno da sobra que era o Templo/Santuário. Portanto, Jesus é o centro da nossa fé. Ainda assim, existe um sacerdócio que cabe a nós outros, o cuidado uns pelos outros em amor. Esse sacerdócio só será possível se Jesus Cristo for nosso único pastor.
Texto base: João 10

Jesus foi um Messias pobre que pregou para um povo marginalizado, empobrecido, negligenciado. A leitura que Jesus fez do livro de Isaías no evangelho de Lucas falava do seu plano de libertação. Sua pregação seria centrada na população que não tinha voz. Jesus também coloca como critério de juízo das nações o cuidado com o faminto, sedento, doente, peregrino, preso em Mateus 25. Assim como Jesus foi movido de compaixão pelas multidões, ele espera que seus discípulos sejam tocados ao ver o sofrimento dessas pessoas. Para ajudar o outro é necessário conhece-lo, sentar à mesa com ele. Muitos preferem ficar fora do banquete de Jesus porque não aceitam os seus convidados. Não enxergar o povo é perder o privilégio de ver Jesus e de ceiar com ele. Texto base: Marcos 6:32-27; Isaías 58.

Dentre os seguidores de Cristo, infelizmente, a teologia mais desuniu do que uniu. Diferentes visões sobre a morte de Cristo, encarnação, ressurreição, ceia do Senhor, batismo, etc, levaram a formação de inúmeras igrejas com doutrinas distintivas. O cristianismo é uma colcha de retalhos doutrinários formada pela ênfase nas diferenças. Essa ênfase na diferença é tão forte, que alguns conseguem chamar outros cristãos de hereges e sectários por isso. A comunhão, em alguns casos, é impossível pelo ódio que se cria a partir disso. Entretanto, mais do que falar e discutir sobre a cruz de Cristo, estamos todos debaixo dela, sob ela. Portanto, embora as diferenças sejam importantes e relevantes para cada um de nós, é necessário viver para além disso. Podemos ter visões diferentes sobre tudo e manter essas visões, mas o mais importante é perceber em cada um de nós um recipiente e uma fonte da graça de Jesus Cristo. Texto base: Romanos 8

Uma vida abundante é uma vida cheia do Espírito. Um estilo de vida messiânico é aquele em que o Espírito guia o crente no amor e na justiça, conforme relatado em João 13, 14 e 15. O Consolador deixado por Jesus nos ensina a amarmos uns aos outros.

Texto base: João 13-15

Não importa qual a motivação inicial para a caminhada espiritual de alguém, um dos maiores propósitos da prática da fé é conseguir experimentar um crescimento e uma maturidade para além das experiências circunstanciais da vida e conseguir viver uma agenda de vida de acordo com o Messias. Em Filipenses 4:11-12 Paulo afirma ter aprendido a viver assim, acima das contingências do dia a dia. Sem ter a pretensão de escrever um guia de passos de como experimentar isso, neste capítulo desta carta ele nos ensina a praticar um estilo de vida de acordo com o Evangelho. Isso vai desde a importância da qualidade dos nossos relacionamentos interpessoais até a experiência da alegria verdadeira, da prática da moderação e do coração livre da ansiedade através de uma vida de oração. O resultado disso é paz de Cristo em nós.

Texto base: Filipenses 4:2-13

Uma vida abundante é uma vida cheia do Espírito. Um estilo de vida messiânico é aquele em que o Espírito guia o crente no amor e na justiça, conforme relatado em João 13, 14 e 15. O Consolador deixado por Jesus nos ensina a amarmos uns aos outros.

Texto base: João 13-15

Grande parte das igrejas cristãs se tornaram extremamente burocráticas, clericais. Por vezes as pessoas não são vistas, não tem voz. Isso faz com que não exista um amadurecimento na congregação, porque não existe troca. As igrejas se tornaram como diz o estudioso Douglas Meeks, um “centro de compensação individual” onde o sujeito religioso pode até frequentar um lugar de culto, mas não desenvolve ali relacionamentos profundos. Muitas pessoas hoje se interessam apenas em saber o que Deus pode fazer por elas, para o seu progresso. Contudo, o que Paulo fala contraria a visão individualista de nosso tempo. O apóstolo nos exorta a vivermos para além de nós mesmos, de nos acolhermos, pois assim sentiremos alegria, teremos esperança e viveremos no poder do Espírito Santo. Paulo fala em consonância com todos os evangelhos, afinal Jesus é o Deus que veio para servir. Seguir o evangelho de Jesus não é seguir um discurso, mas é ter uma vida que serve ao outro, que se entrega pelo outro.

Texto base: Romanos 15 e Filipenses 2

A busca desenfreada por um certo tipo de sucesso tem nos tornado injustos e desumanos em nossas relações. Excluímos da vida pública os doentes, os deficientes, os incapacitados e os malsucedidos. Pagamos caro, com saúde e tempo, pelo trabalho que leva ao tal sucesso. Esse estilo de vida que criamos e experimentamos cria um claro “apartheid” entre os bem-sucedidos e os fracassados. Em vez de uma sociedade aberta e vulnerável, temos uma sociedade fechada e preconceituosa, onde reina uma determinada apatia. Essa apatia se manifesta na idealização de uma vida sem envolvimento, em que a única paixão é o próprio sucesso. Antigamente se dizia: “não há mais amor”, como uma espécie de lamento profético esperançoso de que o amor não desaparecesse. Hoje, parece que o amor já sumiu.

Texto base: Mateus 8:1-4